Saturday, November 11, 2006

UM QUADRO, UMA JANELA...

Com base neste quadro de meu pai, Lauro Corado,
o meu filho, Frederico Corado,
fez várias variações, para incluir algumas delas,
como uma espécie de leit motiv,
no espectáculo "Conversa de Camarim"
(ver aqui).
Boa ideia e boa homenagem ao avô.
Aqui ficam as experiência que julgo muito curiosas,
e que dinamizam bem o espectáculo.

O quadro:


Janela 1

Janela 2

Janela 3

Janela 4

Janela 5

Janela 6

Janela 7

Janela 8

Janela 9

Janela 10

LAURO CORADO, meu pai

Coisas da Blogosfera

Há dias recebi um inesperado mail. Respondi, e voltaram a responder. A felicidade às vezes faz-se de tão pouco. Transcrevo a correspondência, como a autorização de ambas as partes, e antes de a transferir para o blog de meu pai.
November 07, 2006 11:48 PM
Olá!
Não sei como descobri o seu blog mas talvez porque eu escreva o meu blog mas, de facto, não faço ideia como vim aqui parar. Ao que interessa: nesta deriva que a internet e os blogs nos proporcionam descobri o seu nome, claro, e o do seu pai de quem fui aluna na António Arroio. Sem querer roubar-lhe muito tempo vou direita à memória prazenteira que tenho do meu professor Lauro Corado que um dia me disse tranquilamente: o teu trabalho é muito bom, o teu mau feitio também. Na altura fiquei furiosa, não percebi nada e saí porta fora deixando saco e tudo no meu lugar. A meio do caminho, corredor fora, dei-me conta do meu disparate e do elogio que, burra e cega e surda, não tinha compreendido. Voltei atrás e entrei tal como tinha saído: orgulhosa, teimosa e apressada. Junto à janela estava o seu pai que me olhou e sorriu: «Então?» E eu, malcriadona e parva resolvi responder: «Então o quê? Eu vim só para pegar nas minhas desculpas e...» Lapso freudiano! O seu pai já não sorria mas ria e eu humilhada em causa própria não tive outro remédio senão pedir desculpa e rir de mim. Uma boa lição de Lauro Corado que, obviamente, nunca lhe agradeci. Sei que chego tarde mas peça lá desculpa ao seu pai da parte desta aluna arrependida pelo eterno mau génio que alguém me deu.
Obrigada.
Fátima Rolo Duarte
November 08, 2006 12:19 AM
Fátima,Foi um prazer ler estas palavras. Só por elas já valeu a pena ter um blog e ter sido "descoberto".
Sabe? Estou a construir um blog sobre o meu pai. Teria muito prazer em lá colocar esta sua missiva. Com a sua autorização.
Não precisarei de levar a mensagem ao meu pai. Ele "sabia" o que você valia. Às vezes o mau feitio é bom conselheiro.
Obrigado.
Lauro António
November 08, 2006 9:44 AM
Olá de novo!
Claro que sim.
Claro que pode publicar o meu testemunho. Eu adorava o seu pai e como eu todos os alunos dele. Penso que havia uma espécie de concordância geral. A «malta» gostava das aulas do Corado pela qualidade humana dele. A paciência e a atenção, o tom informal. A obra gráfica do seu pai tem pontos altos notáveis.
Creio que o que ele sabia sobre o meu mau feitio era o que ele sabia sobre as pessoas, os alunos. Tinha, de facto, uma relação de professor, sem dúvida, mas sem ansiedade ou medo. Ao contrário da maioria dos professores, o seu pai não tinha medo dos alunos adolescentes, tantas vezes inconvenientes e chatos como compete a um genuíno adolescente, não é?
Quem agradece sou mesmo eu.
Fátima
Obrigado, Fátima Rolo Duarte. Eu também gostava muito do seu pai.